quinta-feira, 10 de abril de 2025

O Calendário Judaico e Suas Complexidades: A Polêmica do Atraso de 200 Anos

 

O Calendário Judaico e Suas Complexidades: A Polêmica do Atraso de 200 Anos

Por: Flávio  S.Telles | Ezrah Ben Or










O calendário judaico é uma das expressões mais antigas e complexas da tradição de Israel. Mais do que uma simples ferramenta de contagem de dias, ele reflete o relacionamento entre o povo judeu e o tempo sagrado. Através dele, são marcadas as festas bíblicas, os jejuns, os ciclos agrícolas da Terra de Israel e até mesmo os tempos messiânicos. Porém, uma questão intrigante tem sido levantada por estudiosos e interessados no tema: estaria o calendário judaico atual com um "atraso" de aproximadamente 200 anos?


O Funcionamento do Calendário Judaico

O calendário judaico é lunissolar — isso significa que ele combina os ciclos da Lua e do Sol. Os meses são determinados pela Lua, com 29 ou 30 dias, enquanto os anos precisam acompanhar as estações solares para que Pessach (a Páscoa) sempre caia na primavera. Para corrigir essa diferença, adiciona-se um mês extra (Adar II) sete vezes a cada 19 anos — os chamados anos embolísticos.

Ao contrário do calendário gregoriano, que é puramente solar, o calendário judaico equilibra cuidadosamente os dois ciclos, mantendo as festas nas suas respectivas estações.

A Fixação do Calendário por Hilel II

Até o século IV da Era Comum, o calendário era determinado visualmente pelo testemunho de quem via a lua nova e por cálculos feitos por sábios do Sinédrio. Com a crescente perseguição e dispersão do povo judeu, Hilel II instituiu, por volta do ano 358 EC, um calendário fixo com base em cálculos astronômicos. Esse modelo é o que usamos até hoje.

A contagem de anos parte da criação do mundo, segundo a tradição bíblica — atualmente, estamos no ano 5785 (em 2025 do calendário gregoriano).

A Polêmica: Um Atraso de 200 Anos?

Há uma teoria difundida por alguns estudiosos, especialmente fora dos círculos rabínicos tradicionais, de que o calendário judaico apresenta um atraso de cerca de 200 anos. Essa diferença estaria relacionada principalmente à cronologia dos reis persas, que é considerada mais longa pela historiografia secular do que pela tradição rabínica.

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Por exemplo, o Talmud afirma que o Império Persa durou 52 anos, enquanto fontes históricas sugerem que ele durou mais de 200 anos. Essa discrepância afeta diretamente a contagem dos anos desde a criação segundo o calendário judaico, levando alguns a sugerirem que, ao invés de estarmos em 5785, na verdade estaríamos em algo como 5985, ou até mais.

Essa possível diferença impactaria profundamente temas como:

  • O tempo da vinda do Mashiach (o Messias), que segundo algumas interpretações deve ocorrer até o ano 6000.

  • A leitura simbólica dos "6 mil anos da humanidade" como paralelos aos 6 dias da criação.

O Que Dizem as Academias e Fontes Rabínicas

As academias seculares geralmente apontam as fontes arqueológicas, inscrições, moedas e crônicas históricas para sustentar a ideia de um período persa mais extenso. Já os sábios judeus tradicionais têm diferentes formas de lidar com essa discrepância:

  1. O Talmud não pretende ser um livro de cronologia histórica precisa. Sua intenção é religiosa e didática.

  2. Alguns defendem que os anos foram intencionalmente "compactados" ou resumidos, por razões espirituais ou até mesmo políticas.

  3. Outros simplesmente consideram a cronologia rabínica como "independente", não devendo ser comparada com os sistemas históricos seculares.

O Calendário Judaico e a Expectativa Messiânica

A tradição cabalística ensina que o mundo foi criado para durar 6 mil anos antes do início da era messiânica — um "Shabat cósmico" que viria no sétimo milênio. Se, de fato, estivermos mais próximos do ano 6000 do que se pensa, isso poderia significar que eventos messiânicos estão mais próximos do que muitos imaginam. Caso você queira se aprofunda nas festas do calendario judaico, ACESSE AQUI

Essa ideia alimenta reflexões escatológicas e desperta o interesse de movimentos messiânicos, acadêmicos e curiosos por todo o mundo.

Conclusão

O calendário judaico, com sua riqueza simbólica, espiritual e técnica, é mais do que uma simples contagem de dias. Ele representa a maneira única com que Israel se relaciona com o tempo, com as festas e com a história. A discussão sobre um possível atraso de 200 anos nos leva a refletir: até que ponto devemos buscar precisão histórica, e até que ponto o calendário é uma ferramenta sagrada de alinhamento espiritual?

Independentemente da contagem, uma coisa é certa: o calendário judaico continua sendo uma bússola espiritual que orienta o povo judeu há milênios — marcando tempos de alegria, reflexão e esperança messiânica.


Um comentário:

  1. Considerando o rigor da Shabat, das Festas, dos Jubileus santíssimos, caracteriza imprudência se o calendário é fruto de uma interpretação que determina em 210 anos o Tempo de residência dos filhos de Israel no Egito.
    Na saída do Egito, é destacada a precisão de dia. Ex12:40-41
    Na Babilónia os Tempos se cumpriram com precisão absoluta.
    Com as 69 semanas, tem início o Ungido, o Reino dos Céus. Dn9:6; Mt11:12-13; Lc16:16.
    Há um Terceiro Dia nas Bodas de Caná. Jo2:1, o que indica o Princípio do Reino dos Céus.
    A resposta de Jesus para João Batista, evidencia um ano de Jubileu Santíssimo.
    Considerando o nascimento de Jesus em 5AEC, e o tempo de sua vida pública, com quase trinta anos, Lc3:23, o Reino do Céu i inicia por volta de 25. Então 2025, temos quarenta Jubileus do Reino dos Céus. Dois Mil anos.
    Voltando ao Calendário Judaico, que deve primar pela máxima precisão possível, a interpretação que fundamenta os 210 anos, para Ex12:40 , é herética, e até blasfema contra os Patriarcas anteriores à Abraão, que estavam vivos até Jacó, e eram como nuvem do céus, com chuvas de bençãos.
    Modestamente, mesmo para os simples, é escandalosa a interpretação, pois deixa de fora obviedades, como se tratar da RESIDENCIA DOS FILHOS DE ISRAEL NO EGITO.
    Considerando que Jacó entrou no Egito aos 130 anos, e José estava com 39 anos, José nasceu quando Jacó tinha 91 anos.
    Significa que Levy nasceu quando Jacó tinha 87 anos. O que significa que Levy entrou no Egito com 43 anos. Pode ter gerado Coate aos 107 anos, 64 anos depois que entrou no Egito, pois viveu até 137 anos.
    Coate também deve ter gerado Anrão na velhice, aos 103 anos, pois viveu até 133 anos,
    Anrão pode ter gerado Moísés aos 107 anos, pois viveu 137 anos.
    274 anos até o nascimento de Moisés. Com mais 80 anos de Moisés, 354 anos, quatro séculos. O que faz dos 210 anos, uma adivinhação.
    Em Ex 12:40 está escrito: trinta anos e quatrocentos anos dos Filhos de Israel no Egito.
    Os Trinta anos se refere as tres décadas de José, que antecedeu a Entrada de Jacó. Mais precisamente 22 anos.
    Mas a fixação dos 430 anos, certamente não era para confundir, quem ora por Sabedoria para aprender contar os dias. Sl90.
    Certamente se sabia, do Caminho e do Tempo Profético.
    Portanto o mais razoável, seria considerar a literalidade numérica do texto. O que coloca o Homem, desde Adão, no ALVORECER DO SÉTIMO MILÉNIO.
    Tal consciência, é preciso ser levada a sério, pois antes tem o Dia Terrível. Os preparativos para escapar estão nos Profetas, mas muitos protelam imaginando estar a 215 anos do Sétimo Milénio.
    Todos os sinais profetizados, já se manifestaram. E praticamente só falta cumprir Zc14.
    Como os Judeus norteiam a terra, uma correção da gigantesca brecha de 220 anos, tem potencial de mudar a terra.

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